Aqui estou eu, mais uma vez. No momento, estou em Barra do Piraí - RJ, vivendo, com absoluta a certeza, o momento mais difícil da minha vida. Ao lado, a foto da minha apreensiva viagem para a terrinha. Infelizmente, a agonia não foi provocada por medo de voar a mais de 10.000 metros de altura a uma velocidade superior a 800 Km/h. Antes fosse.
Vocês já pararam para pensar na força da nossa mente?. Realmente, é uma coisa impressionante, e, por outro lado, altamente contraditória. Ao vermos a possibilidade de acontecer uma coisa ruim, nós conseguimos antecipar o sofrimento de uma maneira. Sentimos todos os sentimentos provenientes de um acontecimento que ainda não aconteceu. Sentimos toda a dor, a vontade de chorar, a angústia, enfim, tudo que um acontecimento ruim pode nos levar a sentir. Tudo isso, chega a ser palpável.
Por outro lado, eu me pergunto: Por que o mesmo não acontece quando o acontecimento é bom? Por que somos tão incapazes de sentir com tanta propriedade um acontecimento bom que ainda não ocorreu?
Talvez as crianças sejam capazes de responder a estas perguntas. Somos pressionados a não sonhar. As pessoas fazem de tudo para transformar a pureza do sonhar, em um verbo pejorativo. Eu diria que são uns todos infelizes. Podem me criticar por eu gostar de sonhar, eu não me importo. Critiquem-me por eu gostar de sonhar, enquanto eu os critico pelo egoísmo, pelo falso moralismo e pela forma áspera e intolerante de tratar as pessoas.