O dia ontem foi bem quente aqui no Rio de Janeiro e hoje deve ir pelo mesmo caminho. A foto ao lado foi tirada por uma das minhas colegas de trabalho e dispensa quaisquer comentários.
Bom, deixando de lado as reclamações a respeito da temperatura, vamos falar um pouco sobre algumas coisas que aconteceram nesses últimos dias. Primeiro a aluna da UNIBAN, hostilizada pelos colegas de faculdade. Sinceramente, quanta palhaçada. A aluna nem estava com um vestido tão curto. E ainda teve colega dela dizendo que “as roupas dizem quem você é”. Uma das coisas mais ridículas que já vi. Quanto preconceito.
E por falar em preconceito, direto da minha cidade natal, Aracaju, uma médica recém formada resolveu dar um “piti” no guichê da Cia aérea GOL no setor de embarque do Aeroporto Internacional Santa Maria.
Alguém estava lá e filmou o tumulto. A médica gritava reclamando que chegara ao aeroporto 15 minutos antes do vôo e o funcionário não permitira a sua entrada. Todo mundo sabe da recomendação de chegar 1 hora antes do vôo. Não tem motivos para reclamar. Muito menos para chegar ao ponto que chegou. A médica usou expressões preconceituosas e chamou o funcionário de “morto de fome”. Depois, com medo de um belo processo e assustada com a enorme repercussão do caso, ela divulgou um comunicado na rede que saiu pior que a encomenda.
Dá pra entender que em situações extremas a raiva nos faz tomar atitudes extremas. Daria pra entender se a médica tivesse xingado o funcionário, daria pra entender, até mesmo, se ela tivesse xingado a mãe do funcionário. O que não da pra aceitar é essa arrogância, essa idéia de achar que a maior ofensa é a demonstração de uma diferença de classe social. Isso é ridículo. É por essas e outras que a violência aumenta a cada dia.
Já existe um enorme abismo social na sociedade. As marcas famosas existem como forma de diferenciar as pessoas. É uma forma de rotular a sociedade dando a possibilidade de “comprar” um status. No fundo, isso não passa de um simples “eu tenho e você não tem”. Assim agiu a médica, tentando demonstrar que está num patamar superior ao dizer que o funcionário não tem dinheiro para comprar feijão, ao chamá-lo de analfabeto. O outro comentário que demonstrou o conformismo com a impunidade foi o famoso “me prenda”. Esse foi o clássico comentário de alguém que acredita na impunidade, acredita que nada acontecerá, afinal, além de considerar-se superior, a médica sabia que nas CNTPs, nada demais aconteceria. Felizmente, a Internet consegue ampliar a visibilidade dos fatos. Em alguns casos, a repercussão ajuda na resolução dos problemas.
Pelo que pude reparar, a Televisão está agindo com muita cautela. Espero que esse cuidado de chamar a médica de suspeita se estenda a pessoas de quaisquer classes sociais.
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